A bagagem de Flávio de Castro Sousa, fotógrafo brasileiro desaparecido em Paris desde o dia 26, foi localizada pela representação da Polícia Federal (PF) do Brasil na França. Na última terça-feira (3), as malas foram inspecionadas por policiais, representantes da embaixada e pessoas próximas a Flávio, mas, segundo a PF, nenhum indício relevante para auxiliar nas buscas foi encontrado. Amigos e familiares informaram que o celular e o notebook de Flávio também foram recuperados, porém, como não foi possível desbloqueá-los, os dispositivos serão enviados ao Brasil para análise. Por solicitação da PF, o nome de Flávio foi inserido na Lista Amarela de desaparecidos da Interpol, um alerta internacional que facilita a cooperação entre polícias de diferentes países, com o objetivo de localizar pessoas desaparecidas. Flávio foi visto pela última vez em um apartamento alugado em Paris. Na segunda-feira (2), a polícia francesa realizou buscas em hospitais e necrotérios da cidade, enquanto familiares e amigos intensificaram esforços para obter informações sobre seu paradeiro. Desaparecimento chama atenção de autoridades dos dois países Na sessão plenária do Senado, realizada na terça-feira (3), o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), destacou o caso e informou que acionou a diretoria de Relações Exteriores do Senado Federal para acompanhar a situação. “Estabelecemos contato com o Itamaraty e com o Consulado Geral do Brasil na França para obter mais detalhes sobre esse desaparecimento. Em nome do Parlamento Brasileiro, faço um apelo para que as autoridades francesas investiguem o caso e, se Deus quiser, o encontrem em segurança”, declarou Pacheco durante a reunião. Histórico do fotógrafo Natural de Belo Horizonte, Flávio chegou a Paris no início de novembro e tinha passagem marcada para retornar ao Brasil no mesmo dia de seu desaparecimento. Frequentemente viajando à Europa a trabalho, ele é formado em artes plásticas pela Escola Guignard, da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), e sócio da Toujours Fotografia, empresa que administra em parceria com Lucien Esteban. Fonte: G1
Chamas avançam nos biomas: Amazônia e Pantanal sofrem com recordes de queimadas
Nos primeiros 11 meses do ano, os focos de incêndio na Amazônia registraram um aumento de 43,7% em relação a 2023. Até 30 de novembro, o bioma contabilizou 134.979 ocorrências, enquanto no mesmo período do ano anterior foram 93.938. O maior número já registrado foi em 2007, com 181 mil focos, conforme dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Em novembro, foram identificados 14.158 focos na região, representando um acréscimo de 1,5% frente aos 13.940 focos registrados no mesmo mês de 2023. Esse número também é 46,2% superior à média dos cinco anos anteriores (2019-2023), que ficou em 9.679 focos. Segundo Mariana Napolitano, diretora de Estratégia do WWF-Brasil, a combinação de um El Niño intenso, mudanças climáticas e o desmatamento acumulado tem agravado a seca extrema enfrentada pela Amazônia desde 2023. “O desmatamento intensifica a crise climática, afetando o regime de chuvas, causando secas históricas, ondas de calor extremas e enchentes. A degradação ambiental associada ao aquecimento global cria condições propícias para o uso criminoso do fogo visando à conversão da floresta”, explica. Cerrado e Pantanal também batem recordesOutros biomas brasileiros também enfrentaram aumentos significativos nos incêndios. No Cerrado, foram registrados 79.599 focos até 30 de novembro, um crescimento de 64,2% em relação a 2023, e o maior número para o período desde 2012, quando mais de 88 mil focos foram detectados. No Pantanal, o aumento foi ainda mais expressivo: 139% em relação ao ano anterior. Entre janeiro e novembro de 2024, foram registrados 14.483 focos, frente a 6.067 no mesmo período de 2023. Daniel Silva, especialista em conservação do WWF-Brasil, destaca que a conexão entre os biomas demanda políticas abrangentes. “O desmatamento e a conversão do Cerrado impactam a Amazônia e o Pantanal, desequilibrando a disponibilidade hídrica em outros ecossistemas e contribuindo para secas, incêndios e ondas de calor. Proteger um único bioma não é suficiente; é essencial implementar políticas consistentes em todo o país. No Brasil, combater o desmatamento é crucial para mitigar os impactos da crise climática”, alerta. Fonte: G1
Dólar a R$ 6: Crise, medidas econômicas e cenário global em ebulição
O dólar atingiu níveis recordes, ultrapassando R$ 6 pela primeira vez, um marco impulsionado por movimentos do mercado desde 27/11. A alta teve início com a expectativa de anúncio do plano de cortes de gastos do governo Lula (PT). Desde então, a moeda americana subiu de forma consistente, fechando em R$ 6,07 na terça-feira (3/12), valor não registrado desde maio de 2020, durante a pandemia, quando alcançou R$ 5,90. A persistente valorização do dólar gera dúvidas sobre a possibilidade de estabilização em curto prazo. O câmbio flutuante, aliado à declaração do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, de que a instituição não intervirá, intensifica os questionamentos sobre a sustentabilidade dessa cotação. Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil atribuem o aumento às medidas econômicas anunciadas por Fernando Haddad, ministro da Fazenda, incluindo cortes de gastos e isenção de IR para rendas até R$ 5 mil. Entretanto, há receios sobre os custos e efeitos dessas mudanças, com críticas de que podem ser eleitoreiras. A combinação de incertezas no cenário externo, como as políticas protecionistas do presidente eleito nos EUA, Donald Trump, agrava o panorama. Pacote econômico e reaçõesEntre as medidas anunciadas, destacam-se alterações no salário mínimo, restrições a benefícios e a proposta de reforma no IR, que prevê compensações tributárias para rendas acima de R$ 50 mil. O impacto, estimado em R$ 35 bilhões pelo governo, gera dúvidas no mercado, que projeta valores ainda maiores. A reação foi marcada por críticas sobre a falta de clareza nas medidas e ceticismo quanto à capacidade do governo em gerenciar as contas públicas de forma eficiente. Contexto internacionalA agenda econômica de Trump, focada em subsídios e tarifas protecionistas, pode valorizar o dólar devido ao aumento do endividamento e à expectativa de juros mais altos nos EUA. Com isso, capitais globais tendem a migrar para a economia americana, pressionando moedas emergentes como o real. Perspectivas para o dólarEmbora o nível atual de câmbio não seja considerado o “novo normal”, especialistas apontam que a moeda americana pode permanecer acima de R$ 6 até que haja maior clareza sobre a gestão fiscal do governo e a dinâmica da dívida pública. A volatilidade é esperada nas próximas semanas, com o real sendo impactado por incertezas externas e internas. Caso o Banco Central do Brasil consiga conter a inflação, há chances de que o dólar retorne ao patamar de R$ 5 em médio prazo. Fonte: G1