Desde a madrugada desta sexta-feira (24), as forças de segurança do Rio de Janeiro estão realizando uma grande operação nos complexos do Alemão e da Penha, localizados na zona Norte da capital, com o objetivo de combater o crime organizado e a prática de furtos de veículos e cargas na região. Aproximadamente 500 policiais participam da ação. De acordo com informações apuradas pela CNN, um homem identificado como Carlos André Vasconcelos da Silva, de 35 anos, foi baleado nas costas e não resistiu aos ferimentos. Ele foi atingido próximo à estação do BRT da Penha enquanto se dirigia ao trabalho, morrendo no local. Outro morador da região, Wander Souza dos Santos, também foi atingido por um disparo enquanto estava em sua residência, no Alemão, mas seu estado é estável, segundo o Hospital Getúlio Vargas. A operação ainda resultou no ferimento de um policial militar, que foi levado ao mesmo hospital com ferimentos. Durante as buscas, um suspeito foi preso e cerca de uma tonelada de drogas, incluindo maconha e cocaína, foi apreendida em uma residência. Moradores dos dois complexos relataram intensa troca de tiros ao longo da madrugada e desta manhã, além de barricadas queimadas e incêndios nas comunidades. A Polícia Militar não detalhou se mandados de prisão ou de busca e apreensão estão sendo cumpridos. Para dar suporte à operação, 12 veículos blindados, dois helicópteros e equipamentos de remoção de obstáculos foram mobilizados, com apoio do Núcleo de Apoio às Operações Especiais (NAOE). Também participaram equipes do Comando de Operações Especiais (COE), Rondas Especiais e Controle de Multidões (Recom), Batalhão Tático de Motociclistas (BTM), entre outros batalhões e unidades da Polícia Civil. Em termos de impacto na rotina da cidade, a operação afetou o transporte público: 15 linhas de ônibus tiveram seus itinerários desviados, incluindo rotas que atendem bairros como Guadalupe, Bonsucesso, Olaria, Penha e Saens Pena. No setor de saúde, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que algumas unidades de saúde continuam funcionando normalmente, como as clínicas da família Valter Felisbino de Souza e Zilda Arns, enquanto outras, como as clínicas da família Rodrigo Y Aguilar Roig e Klebel de Oliveira Rocha, suspenderam o início de seus atendimentos e ainda avaliam a possibilidade de reabertura. O Complexo do Alemão, que abrange 13 favelas e possui cerca de 54 mil habitantes, e o Complexo da Penha, com 13 comunidades e 100 mil moradores, são áreas que estão sendo intensamente policiadas. O esforço conjunto das forças de segurança visa reduzir a violência e garantir o controle das atividades criminosas nas duas regiões. Fonte: CNN Brasil
Certidão de óbito de Rubens Paiva é retificada e reconhece violência estatal durante a ditadura militar
Na quinta-feira, 23, a certidão de óbito do ex-deputado federal Rubens Paiva foi oficialmente corrigida no Cartório da Sé, em São Paulo, reconhecendo sua morte como “violenta, causada pelo Estado brasileiro”, no contexto da repressão política da ditadura militar de 1964. Essa alteração é uma resposta à resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que foi aprovada em dezembro de 2024. Rubens Paiva, que desapareceu em 1971 durante a repressão militar, foi vítima do regime que perseguiu sistematicamente opositores políticos. Antes da retificação, a certidão de óbito emitida em 1996, após uma longa batalha judicial movida por sua esposa, Eunice Paiva, registrava apenas o desaparecimento. A nova versão do documento agora também reconhece a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos como responsável por atestar a morte de Paiva. Essa correção é parte de um esforço mais amplo para retificar as certidões de óbito de 202 pessoas mortas durante o período da ditadura militar, conforme recomendações da Comissão Nacional da Verdade. Além disso, 232 registros de desaparecidos políticos serão emitidos, reconhecendo oficialmente as vítimas da violência do Estado. O relatório da comissão apontou 434 mortes e desaparecimentos como resultado da repressão. A entrega dessas certidões será organizada pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, e não pelos cartórios. As famílias das vítimas serão homenageadas em cerimônias especiais, com pedidos de desculpas formais. A correção da certidão de Rubens Paiva ocorre na mesma data do anúncio das três indicações ao Oscar do filme Ainda Estou Aqui, que retrata sua história e a de sua esposa, Eunice, que se tornou uma ativista de direitos humanos após a morte do marido. O filme concorre nas categorias de Melhor Filme, Melhor Atriz e Melhor Filme Estrangeiro. A decisão do CNJ é vista como um passo crucial no reconhecimento das violações de direitos humanos cometidas durante a ditadura militar. A inclusão da violência estatal nas certidões de óbito simboliza um esforço de reparação histórica e memória. Luís Roberto Barroso, presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal, afirmou que essa ação representa “um acerto de contas legítimo com o passado” e sublinhou a importância dessa medida para as famílias que aguardam um pedido formal de desculpas por parte do Estado. Fonte: Jornal Correio
Trump inicia grande repressão à imigração: prisões, deportações e controvérsias marcam novo capítulo na fronteira
Trump Inicia Deportações em Massa: Ação Contra Imigrantes Ilegais Arranca com Prisões e Controvérsias O governo de Donald Trump começou a implementar a sua prometida repressão à imigração ilegal nos Estados Unidos com uma série de prisões e deportações. Desde segunda-feira (20), a administração já enviou centenas de imigrantes para fora do país, com uma operação de grande escala realizada na noite de quinta-feira (23) resultando em 538 detenções, segundo a Casa Branca. Essas ações fazem parte do plano de Trump, que, desde o início de seu mandato, tem buscado implementar medidas rigorosas de controle na fronteira com o México, com o objetivo de deportar os cerca de 11 milhões de imigrantes ilegais no país. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que as prisões foram realizadas por agentes de imigração em diversos estados, sendo os detidos caracterizados como “criminosos ilegais”, embora não tenha fornecido detalhes sobre as nacionalidades dos deportados. Em um voo de deportação, um avião dos EUA levou 158 imigrantes de volta ao Brasil, incluindo 88 brasileiros, conforme informado pela Polícia Federal. A ação gerou um intenso debate, especialmente porque alguns imigrantes foram retirados sem o devido processo legal, o que violaria normas internacionais. As Promessas de Trump e o Contexto Legal Trump já havia anunciado que sua administração focaria em realizar a maior operação de deportação da história. Ele segue cumprindo uma das promessas mais fortes de sua campanha: a de expulsar estrangeiros em situação ilegal, especialmente aqueles com antecedentes criminais. No entanto, a legalidade dessas deportações imediatas, sem um julgamento adequado, é um ponto de controversa. Especialistas afirmam que, apesar da condenação dos imigrantes, a simples detenção não garante a deportação automática. Para que isso aconteça, é necessário que haja um pedido de extradição, uma recusa de asilo ou a gravidade do crime cometido. A Nova Política Migratória de Trump O atual governo de Trump tem ampliado significativamente as ferramentas para deter e deportar imigrantes ilegais. Entre as ações recentes, destaca-se a ampliação da chamada “deportação acelerada”, que permite expulsões rápidas sem audiência judicial para imigrantes que não consigam comprovar residência nos EUA há dois anos. Ao contrário do governo Biden, que limitava essa medida a determinados grupos, a administração Trump eliminou as restrições, o que permite uma ação mais abrangente. Polêmicas em Nova Jersey e a Violação de Direitos Na quinta-feira (23), uma operação de imigração em Nova Jersey resultou em prisões não apenas de imigrantes ilegais, mas também de cidadãos norte-americanos, o que gerou indignação local. O prefeito de Newark, Ras Baraka, denunciou que, entre os detidos, havia até um veterano de guerra, acusando os agentes de imigração de violação dos direitos humanos. Newark é conhecida como uma “cidade santuário”, onde autoridades locais se opõem às políticas federais de imigração e protegem os imigrantes. Baraka alegou que os agentes entraram em estabelecimentos sem a devida ordem judicial, em clara violação dos direitos constitucionais. Estratégias de Controle de Imigração Desde que assumiu o cargo, Trump implementou diversas medidas para restringir a imigração legal e ilegal. Algumas das mais notáveis incluem: Essas medidas têm gerado uma enorme controvérsia e confronto entre autoridades locais e federais, bem como entre o governo e defensores dos direitos humanos, enquanto o debate sobre a legalidade e ética dessas ações continua. Em um momento de crescente tensão na fronteira e nas comunidades imigrantes, as promessas de Trump sobre uma “grande deportação” começam a se materializar, mas os impactos sociais e jurídicos dessa política ainda estão longe de serem resolvidos. Fonte: G1