O ano de 2025 começa com uma preocupação recorrente para os baianos: a dengue. Nos primeiros dias do ano, já foram registrados 80 casos prováveis da doença, uma situação que começa a preocupar autoridades de saúde. Em 2024, o estado enfrentou um aumento alarmante nos números, com mais de 233 mil registros de dengue, um crescimento de quase cinco vezes em relação a 2023, que teve 47 mil casos. Especialistas apontam que as altas temperaturas e a umidade características do clima baiano favorecem a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. Para este verão, a previsão é de que as temperaturas em algumas cidades do interior cheguem a 40ºC, o que pode agravar ainda mais a situação. “Com o calor intenso, a tendência é que o número de casos aumente”, alerta o virologista Gubio Soares, enfatizando a necessidade urgente de uma campanha de conscientização. Além das condições climáticas, há também a possibilidade de que o sorotipo do vírus da dengue circulando na Bahia seja mais agressivo. A infectologista Clarissa Cerqueira explica que isso poderia justificar o aumento de casos, já que a população pode não ter imunidade específica contra esse novo tipo de vírus. A situação é especialmente crítica no estado desde 2021, quando os casos começaram a crescer de forma significativa. Em 2022, a Bahia registrou 35 mil casos, e em 2023, esse número saltou para 47 mil. No ano passado, os números atingiram 233.202 casos, o que representa um aumento de mais de 300% em comparação a 2023. De acordo com a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), a doença já atinge todas as regiões do estado, sendo mais grave em áreas do sudoeste, centro-leste e centro-norte, que concentram 67% dos casos registrados em 2024. No final de 2024, 14 municípios foram classificados como em situação de epidemia, incluindo Brumado, Itacaré e Vitória da Conquista. A epidemia é caracterizada pela proliferação do vírus em diferentes bairros, mostrando a capacidade de espalhamento da doença. O número de mortes também disparou, passando de 20 em 2023 para 171 em 2024, refletindo a gravidade da situação. A dengue pode ser fatal, especialmente para grupos mais vulneráveis, como pessoas com comorbidades, crianças menores de 5 anos, idosos e gestantes. Diante do aumento dos casos, especialistas destacam que, embora a vacina Qdenga esteja disponível para crianças entre 10 e 14 anos, a conscientização e a prevenção continuam sendo fundamentais. Medidas simples, como evitar o acúmulo de água parada, vedar reservatórios e usar repelente, são essenciais para controlar a proliferação do mosquito. A situação é de alerta, e na quinta-feira (9), o Ministério da Saúde anunciou que o Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) está monitorando os casos no estado. Com 1.570 casos a cada 100 mil habitantes, a Bahia ocupa a 10ª posição no ranking de incidência da doença, atrás de estados como Distrito Federal, Minas Gerais e Paraná, que apresentam índices ainda mais preocupantes. A recomendação é clara: ações preventivas urgentes são necessárias para evitar um surto ainda maior. Fonte: Jornal Correio
Delegada revela indícios de envenenamentos em série pela suspeita de crime em Torres (RS)
A investigação sobre o trágico caso de envenenamento em Torres (RS) que resultou na morte de três familiares ganhou novos contornos nesta sexta-feira (10), durante uma coletiva de imprensa. A delegada Sabrina Deffente, responsável pela apuração, revelou que há fortes indícios de que Deise Moura dos Anjos, presa pelo crime, possa estar envolvida em outros envenenamentos, incluindo o de pessoas próximas. De acordo com a delegada, não restam dúvidas de que Deise praticava homicídios em série, um comportamento que permaneceu oculto por muito tempo. “Ela conseguia apagar as provas e se manter à frente da investigação, dificultando o trabalho da polícia”, afirmou Sabrina. A suspeita, que se fazia de pessoa calma e tranquila, teria manipulado a situação para ocultar suas ações criminosas. Sogro morto e relações familiares conturbadas Além das mortes relacionadas ao bolo envenenado, a investigação agora foca também em um outro caso de morte suspeita: o do sogro de Deise, Paulo Luiz. Em setembro do ano passado, Paulo faleceu de maneira misteriosa, mas o corpo só foi exumado após os eventos de Natal. A perícia revelou a presença de arsênio, substância que também foi encontrada na farinha usada para preparar o bolo fatal que matou três pessoas. A suspeita é de que Deise tenha começado seus planos de assassinato com o sogro, tendo tentado incansavelmente garantir que o corpo fosse cremado para evitar que a investigação avançasse. A delegada Sabrina detalhou a frieza com que Deise tentou esconder a morte de Paulo, criando histórias falsas e se mostrando preocupada com o estado de saúde de sua sogra, Zeli dos Anjos, dias após a morte do marido. “Ela dizia que queria ver a sogra, que estava com saudade, quando, na verdade, estava tramando algo muito mais grave”, contou a delegada. Envenenamento em família: mais mortes e revelações Em uma virada dramática na investigação, Deise foi acusada de envenenar não apenas os sogros, mas também outros membros da família. Após a morte de Paulo, a polícia descobriu que o bolo fatal, consumido por Zeli e outras três pessoas no Natal, foi preparado com a farinha envenenada com arsênio. As vítimas que morreram após consumir o bolo foram as irmãs de Zeli, Neuza Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva, além de Tatiana Denize Silva dos Anjos, filha de Neuza. Zeli e um neto de Neuza, de 10 anos, foram hospitalizados, mas sobreviveram. As investigações apontaram que a relação conturbada entre Deise e seus sogros, marcada por desavenças familiares que remontam a mais de 20 anos, foi um dos motivos que a levou a cometer os crimes. Deise teria ficado furiosa com a escolha de Zeli em passar o Natal com as irmãs e não com ela, o que pode ter sido o estopim para os homicídios planejados. Frieza e manipulação Em depoimento à polícia, Deise negou as acusações de envenenamento, mas admitiu ter uma relação difícil com a sogra, a quem chegou a chamar de “naja”. Apesar disso, a delegada revelou que, desde sua prisão, Deise se mostrou “extremamente fria” e sempre manteve uma postura calma e controlada, o que impressionou os investigadores. O delegado Marcos Veloso também comentou a tranquilidade de Deise, afirmando que sua atitude durante a prisão foi de completa indiferença, demonstrando uma frieza impressionante diante de tantas mortes causadas por suas ações. A descoberta de um crime em série O caso que parecia ser isolado tomou proporções alarmantes à medida que novas informações surgiram. As investigações agora sugerem que Deise pode ter cometido outros envenenamentos antes do bolo fatal, e que ela pode ter planejado as mortes com antecedência, utilizando o arsênio como uma forma de silenciar aqueles com quem tinha conflitos. O crime, que abalou a cidade de Torres, está sendo tratado como um dos mais complexos da região, e a polícia continua em busca de mais evidências para confirmar se Deise realmente estava por trás de outros envenenamentos que ainda não foram descobertos. O caso segue em investigação, com a possibilidade de novos desdobramentos, enquanto a população local e as autoridades aguardam respostas sobre os reais motivos e os outros possíveis crimes cometidos por Deise Moura dos Anjos. Fonte: Jornal Correio.
Incêndio ‘Kenneth’ se espalha rapidamente em Los Angeles e ameaça área de luxo onde moram celebridades
Entre a tarde de quinta-feira (9) e a manhã desta sexta-feira (10), um novo incêndio florestal, denominado Kenneth, se alastrou rapidamente na região de Los Angeles, na Califórnia. Em questão de poucas horas, o fogo tomou proporções alarmantes, consumindo 388 hectares e avançando para áreas densamente povoadas. A principal região afetada foi Calabasas, uma cidade localizada no Vale de San Fernando, que é amplamente conhecida por ser uma das mais ricas da região e também pelo fato de abrigar várias celebridades de Hollywood, como Kim Kardashian, Kylie Jenner, John Travolta, Drake, entre outros. O incêndio teve início a cerca de 3 km de distância de uma escola que, até o momento, estava servindo de abrigo para pessoas que haviam sido deslocadas devido a outro incêndio na região. Este detalhe se torna ainda mais dramático, pois mostra que a região já estava vulnerável devido ao impacto de incêndios anteriores. A rápida propagação das chamas levou o fogo a atravessar fronteiras do condado de Los Angeles e adentrar o condado vizinho de Ventura. No entanto, graças a um esforço conjunto e uma resposta agressiva das equipes de bombeiros, conseguiu-se conter o avanço do incêndio para áreas ainda mais distantes. Cerca de 400 bombeiros se mantiveram no local durante a noite, enfrentando a dificuldade de lidar com as altas temperaturas e a vegetação seca, características típicas dos incêndios florestais na Califórnia. Embora o incêndio Kenneth ainda não tenha sido completamente controlado, as autoridades do condado de Ventura anunciararam que o fogo parou de crescer, o que representou um alívio temporário para a população local. Mesmo assim, as equipes de resgate permaneceram atentas, pois a possibilidade de novas chamas se alastrarem permanece enquanto o incêndio não for oficialmente extinto. Calabasas, a cidade atingida pelo incêndio, é uma pequena e próspera comunidade situada entre montanhas, conhecida por suas mansões luxuosas e por ser um destino popular entre as celebridades e milionários. Entre os residentes de destaque, estão figuras como as irmãs Kardashian (Kim e Khloe), Kylie Jenner, o ator John Travolta, o rapper Drake e o casal Will e Jada Pinkett-Smith. A proximidade dessas mansões com o epicentro do incêndio gerou grande preocupação, mas até o momento não há informações oficiais sobre remoções em massa de moradores. No entanto, com o fogo se aproximando de áreas residenciais, a questão da segurança pessoal dos cidadãos continua sendo uma preocupação constante. A propagação do incêndio Kenneth se deu em um contexto já tenso na Califórnia, onde os bombeiros e as autoridades estavam inicialmente otimistas com o controle de outros incêndios florestais devastadores na região. Nos dias anteriores, os ventos mais calmos haviam dado uma trégua aos bombeiros, permitindo progressos no combate a incêndios que estavam fora de controle. Contudo, o surgimento de um novo foco de incêndio, em uma área densamente povoada e vulnerável como Calabasas, reavivou as tensões na região. A combinação de clima seco, ventos fortes e altas temperaturas continua a ser uma grande ameaça à segurança, o que exige uma resposta rápida e eficiente das autoridades locais. As equipes de resgate também enfrentam desafios logísticos consideráveis, uma vez que, além de lidar com o incêndio em si, a situação é exacerbada pela dificuldade de acesso a algumas áreas devido à topografia acidentada e ao alto risco de novos focos de incêndio surgirem em regiões já afetadas. Este incêndio ocorre em um momento crítico, enquanto a Califórnia enfrenta uma temporada de incêndios particularmente intensa. A crescente frequência e intensidade desses incêndios têm levantado questões sobre mudanças climáticas, políticas de prevenção e a necessidade de investimentos mais robustos em estratégias de combate ao fogo. Com o aumento do número de incêndios florestais na Califórnia nos últimos anos, a população se vê cada vez mais exposta aos efeitos devastadores dos desastres naturais. O incêndio Kenneth, por sua vez, se torna mais um capítulo trágico nesta narrativa de destruição, mas também serve como um lembrete da importância da preparação e da resposta eficaz a emergências. Enquanto o incêndio continua em andamento, a população local e os moradores de Calabasas mantêm-se atentos às atualizações, aguardando informações sobre possíveis evacuações e o progresso dos bombeiros na contenção das chamas. A situação permanece em estado de alerta, e a comunidade espera que as equipes de combate ao fogo consigam impedir que o incêndio avance ainda mais em direção a áreas residenciais e outros locais sensíveis. Fonte: G1
Golpe com PIX: receita federal alerta sobre fraude com boleto falso e esclarece novas regras de fiscalização
A Receita Federal alertou nesta sexta-feira (10) sobre uma nova tentativa de golpe que está circulando nas redes sociais, se passando pelo órgão. Criminosos estão tentando enganar vítimas, alegando que existem cobranças de taxas sobre transações via PIX acima de R$ 5 mil e pedindo o pagamento de um boleto falso. A Receita Federal esclareceu que não há nenhum tipo de tributo sobre transações via PIX, e isso nunca ocorrerá, uma vez que a Constituição não permite a imposição de impostos sobre movimentações financeiras. Embora a fiscalização de transações financeiras tenha sido ampliada neste ano, o órgão afirmou que isso não significa uma cobrança direta de impostos. As novas regras exigem que mais instituições financeiras, como bancos virtuais e operadoras de cartões de crédito, repassem dados sobre os movimentamentos dos contribuintes. Se as movimentações não coincidirem com o declarado, isso pode acionar um alerta para o Fisco. Tentativa de GolpeEm uma das mensagens identificadas pela Receita, os criminosos pedem que a vítima pague um boleto no valor de R$ 845,20, alegando que, caso contrário, o CPF da pessoa será bloqueado. Para tornar a fraude mais convincente, os golpistas usam elementos visuais e o nome da Receita Federal. A Receita reforçou que não realiza cobranças ou comunica questões fiscais por WhatsApp, SMS ou redes sociais. O órgão se comunica exclusivamente por meio do Portal e-CAC (Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte) ou pelo site oficial. O que Mudou nas Regras de FiscalizaçãoAté o ano passado, apenas bancos tradicionais eram obrigados a enviar à Receita Federal dados sobre movimentações financeiras. Com a mudança, agora operadoras de cartão de crédito, incluindo maquininhas, e instituições de pagamento, como bancos digitais, também precisam repassar essas informações. Além disso, as novas regras também incluem transações via PIX, cartões de débito e moedas eletrônicas. Se o total movimentado em cada tipo de operação financeira ultrapassar R$ 5 mil para pessoas físicas ou R$ 15 mil para empresas, os dados devem ser reportados à Receita. Essas informações serão enviadas a cada semestre através da declaração e-Financeira. Por exemplo, as movimentações entre janeiro e julho de 2024 serão enviadas em agosto. Apesar do aumento do monitoramento, a Receita Federal garantiu que o procedimento não permite que o órgão identifique a natureza ou origem dos gastos. Os dados serão tratados em conformidade com as leis de sigilo bancário e fiscal. Fonte: G1
Maduro assume novo mandato em meio a controvérsia, protestos e isolamento internacional
Nesta sexta-feira (10), Nicolás Maduro tomou posse para seu terceiro mandato como presidente da Venezuela em uma cerimônia solene realizada na Assembleia Nacional de Caracas. O evento, conduzido pelo chavista Jorge Rodríguez, marcou o fim de um processo eleitoral profundamente contestado, caracterizado pela falta de transparência, repressão brutal e violência extrema contra qualquer opositor do regime. Maduro não apresentou provas concretas que sustentassem sua vitória nas urnas, enquanto a oposição, que conduziu uma contagem paralela das atas eleitorais, apontou o opositor Edmundo González Urrutia como vencedor. Durante seu discurso, Maduro afirmou: “Ninguém impõe um presidente à Venezuela”, e ainda criticou o presidente da Argentina, Javier Milei, chamando-o de “sádico social”. Reações à posse de Maduro: A Eleição e o Processo Contestado O pleito presidencial aconteceu em 28 de julho de 2024, e desde o início, o regime de Maduro dificultou a participação da oposição, criando um cenário no qual poucos conseguiram registrar candidaturas. A principal líder da oposição, María Corina Machado, teve sua candidatura barrada, e Edmundo González, um nome menos conhecido, surgiu como o principal rival. A poucos dias da eleição, Maduro revogou os convites para observadores internacionais, o que aumentou ainda mais as suspeitas de fraude. Após a votação, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) proclamou Maduro vencedor com 51,2% dos votos, mas a oposição, baseada nas atas coletadas por fiscais e voluntários, insistiu que González havia vencido por uma margem considerável. Contudo, as autoridades se recusaram a divulgar as atas, e a Suprema Corte, controlada pelo regime, ratificou a vitória de Maduro. O episódio gerou uma onda de protestos violentos e repressivos. Protestos, Prisões e Repressão As manifestações contra o resultado das eleições começaram imediatamente após o anúncio da vitória de Maduro, sendo brutalmente reprimidas pelas forças de segurança. A violência policial resultou em mortes, feridos e mais de 700 prisões nas primeiras 24 horas. As acusações de crimes de lesa-humanidade contra o governo de Maduro começaram a crescer, com organizações internacionais apontando perseguições políticas e repressão violenta. Durante os meses seguintes, a repressão se intensificou, com relatos de tortura, prisões arbitrárias e condições desumanas nos centros de detenção. A oposição denunciou que essas ações visavam silenciar qualquer dissidência e garantir o controle absoluto do regime. Exílio de González e Perseguição Edmundo González, após ser acusado de uma série de crimes políticos, foi forçado a fugir para a Espanha, onde recebeu asilo político. Mesmo no exílio, ele insistiu que tomaria posse como presidente na cerimônia marcada para 10 de janeiro. A resposta do regime foi imediata: uma recompensa de US$ 100 mil foi oferecida por informações que levassem à sua captura, e um mandado de prisão foi emitido contra ele, deixando claro que qualquer tentativa de retornar à Venezuela resultaria em prisão imediata. A Reação Internacional A comunidade internacional, especialmente países como Estados Unidos, Brasil e nações europeias, começou a se posicionar de maneira crítica em relação ao pleito. O Brasil, por exemplo, tem se mantido em uma posição cautelosa, com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva se recusando a reconhecer oficialmente a vitória de Maduro. Já países como os Estados Unidos e várias nações da União Europeia passaram a apoiar Edmundo González, considerando-o o verdadeiro vencedor das eleições. Por outro lado, Maduro continua isolado no cenário diplomático, com aliados como Rússia, China e Belarus oferecendo apoio. Expectativa para a Posse A posse de Maduro ocorrerá com a presença reduzida de chefes de Estado. Aliados próximos, como os presidentes de Cuba e Nicarágua, devem comparecer, enquanto outros países latino-americanos, como Argentina, Chile e Peru, decidiram não enviar representantes. O Brasil deverá ser representado pela embaixadora Glivânia Maria de Oliveira, embora o governo ainda esteja reconsiderando sua presença após o incidente envolvendo María Corina Machado. Em um evento que promete ser marcado por uma divisão diplomática crescente, a cerimônia de posse deve contar com discursos do próprio Maduro, mas com uma participação limitada de figuras internacionais. A comunidade internacional continua a pressionar por maior transparência e por uma investigação sobre as irregularidades no processo eleitoral. A posse de Maduro, marcada por tensões internas e externas, reflete a contínua crise política e social na Venezuela, enquanto o regime busca consolidar sua permanência no poder em meio a um ambiente de crescente repressão e contestação internacional. Fonte: G1
Trump foge da prisão, mas se torna o primeiro presidente condenado na história dos EUA
O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, não enfrentará prisão nem multa por ter fraudado pagamentos à ex-atriz pornô Stormy Daniels. Em uma decisão proferida nesta sexta-feira (10), a dez dias de sua posse para o segundo mandato na Casa Branca, o republicano recebeu a pena de “dispensa incondicional” pelo crime, o que significa que não cumprirá pena de prisão, nem liberdade condicional, e não pagará qualquer multa. No entanto, sua condenação será registrada permanentemente em seu histórico criminal, refletindo um julgamento de culpabilidade. Essa sentença faz de Trump o primeiro presidente dos Estados Unidos a assumir o cargo com um histórico de crime condenado. O juiz Juan Merchan, de um tribunal de Nova York, reduziu a pena em razão das “circunstâncias únicas e notáveis” envolvendo a recente eleição de Trump, mas ressaltou que isso não diminui a gravidade da condenação. Merchan optou por não prejudicar a transição para o segundo mandato do republicano, buscando evitar impactos em sua posse. Trump, que participou da audiência por videoconferência, já havia sinalizado na véspera que recorrerá da decisão. Assim que o juiz concluiu a sessão, o presidente eleito encerrou abruptamente sua conexão. Ele foi condenado, em maio de 2024, por 34 acusações de fraude contábil, relacionadas a pagamentos feitos para silenciar Stormy Daniels sobre um caso envolvendo os dois em 2006, um episódio ocorrido antes da eleição de 2016. Esses pagamentos tinham como objetivo evitar que o caso fosse revelado, o que poderia prejudicar a campanha de Trump. Durante o julgamento, Trump se declarou vítima de uma “experiência terrível” e de um “grande retrocesso” no sistema judiciário de Nova York, insistindo que foi tratado de forma “muito, muito injusta”. Após a sentença, ele comentou que a decisão de “dispensa incondicional” era uma prova de que “os democratas radicais” haviam sofrido outra derrota em suas tentativas de perseguição política contra ele. Trump reiterou que, como especialistas jurídicos têm afirmado, “não havia caso” contra ele, e que tudo não passava de uma farsa que deveria ser “totalmente anulada”. Ele ainda destacou que a verdadeira decisão já havia sido tomada nas urnas, quando foi reeleito com um “mandato esmagador” em uma das eleições mais importantes da história do país, finalizando com seu slogan “FAÇAMOS A AMÉRICA GRANDE NOVAMENTE!” em sua rede social, Truth Social. Trump continua negando as acusações, considerando-as uma perseguição política. Sua defesa tentou adiar a sentença para evitar que isso ocorresse antes de sua posse, mas tanto a Suprema Corte dos EUA quanto a mais alta corte de Nova York permitiram que a sentença fosse divulgada antes do início de seu segundo mandato. A defesa alegava que a decisão da Suprema Corte, que concede imunidade a presidentes e ex-presidentes por atos cometidos durante o mandato, deveria se aplicar a esse caso. Contudo, o juiz Merchan considerou que a fraude aconteceu antes de Trump assumir a presidência, portanto, não se enquadrava nesse tipo de imunidade. Além de evitar a prisão, a Promotoria de Nova York havia sugerido ao juiz que qualquer punição fosse postergada até 2029, após Trump deixar a Casa Branca, mas Merchan decidiu seguir com a sentença, destacando a importância de uma resolução judicial diante do júri. Fonte: G1