Na manhã desta sexta-feira (1º), um incêndio de grandes proporções destruiu cerca de 100 casas construídas sobre palafitas na comunidade Caminho São Sebastião, situada no Dique da Vila Gilda, em Santos, litoral paulista. A tragédia resultou na morte de uma pessoa e deixou feridos, segundo informações da Defesa Civil estadual. A identidade da vítima ainda não foi confirmada.
As chamas começaram por volta das 7h40 e se espalharam com rapidez por conta das estruturas de madeira e do difícil acesso ao local. O Dique da Vila Gilda é considerado a maior favela sobre palafitas do Brasil, com aproximadamente 3,5 mil famílias, conforme o Censo 2022 do IBGE.
Para conter o fogo, uma força-tarefa foi montada com 46 bombeiros e 15 viaturas, que atuaram em três frentes cobrindo uma área de 3 mil metros quadrados. De acordo com o capitão Thiago Pinheiro Duarte, houve colaboração da Sabesp e apoio de equipes de cidades vizinhas como Cubatão e São Vicente. O trabalho de rescaldo — processo de resfriamento para evitar novos focos de incêndio — está em andamento.
Durante o combate às chamas, relatos indicavam que uma mulher de aproximadamente 60 anos havia deixado sua casa, mas retornado para tentar salvar seus pertences. No fim da operação, já na fase de rescaldo, os bombeiros encontraram um corpo, que, segundo o capitão Duarte, pode ser da moradora mencionada. A perícia foi acionada para confirmar a identidade.
Enquanto o fogo avançava, moradores desesperados tentavam salvar objetos essenciais como documentos, fogões e geladeiras. A construção das moradias, quase todas em madeira, facilitou a propagação das chamas. Além do risco de incêndios, essas casas sobre palafitas sofrem com a ação das marés, que compromete a estrutura e dificulta a circulação pela comunidade, feita por meio de passarelas improvisadas.
**Ações emergenciais e apoio às vítimas**
O prefeito de Santos, Rogério Santos (Republicanos), informou que as famílias atingidas estão sendo cadastradas no CRAS Bom Retiro, localizado na Avenida Nossa Senhora de Fátima, nº 517. Ele também mencionou a possibilidade de abrigar os desabrigados em escolas da região, com prioridade para quem não tem familiares na cidade.
O governo estadual, representado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), disponibilizou suporte da Defesa Civil e da Secretaria de Habitação para ações de resposta ao desastre.
Além disso, o Fundo Social de Solidariedade da cidade está arrecadando doações como alimentos não perecíveis, roupas e água potável. As entregas podem ser feitas na Avenida Conselheiro Nébias, nº 388, no bairro Encruzilhada.
O Centro de Gerenciamento de Emergências da Defesa Civil Estadual também se mobilizou, trazendo ajuda humanitária que inclui kits de limpeza, higiene e cestas básicas, distribuídos na Rua Brigadeiro Faria Lima, nº 677.
Fonte: G1