Na última sexta-feira (11), uma profissional de enfermagem, de 36 anos, sofreu agressões físicas — incluindo socos e arranhões — dentro do Hospital Português, localizado em Salvador. A autora do ataque foi identificada como uma mulher de 67 anos, acompanhante de uma paciente internada na unidade semi-intensiva, onde a vítima atuava. O boletim de ocorrência foi oficializado apenas no dia seguinte, sábado (12), na Central de Flagrantes, conforme informou a Polícia Civil.
Segundo informações apuradas pelo Conselho Regional de Enfermagem da Bahia (Coren-BA), ainda não foram divulgados detalhes sobre as motivações ou o contexto exato da agressão. A direção do hospital, por sua vez, declarou ao g1 que está colaborando com a investigação, mas preferiu não comentar os pormenores do caso.
De acordo com a Polícia Militar, no momento em que foi informada que seria levada para prestar esclarecimentos à delegacia, a idosa apresentou mal-estar e precisou ser atendida na própria instituição de saúde. Ela será investigada pelo crime de lesão corporal dolosa.
Aumento da violência contra profissionais da saúde
Os episódios de agressões a trabalhadores da área da saúde têm se tornado cada vez mais frequentes. De acordo com dados do Conselho Federal de Medicina (CFM), houve um crescimento de 68% nos casos registrados nos últimos dez anos. Somente em 2024, o país contabilizou 4.562 boletins de ocorrência envolvendo médicos vítimas de violência — uma média de 12 casos por dia.
Na Bahia, 351 médicos registraram queixas formais por agressões sofridas em ambientes hospitalares, colocando o estado na quinta posição nacional com maior número de notificações.
O cenário entre os profissionais de enfermagem também é preocupante. Uma pesquisa do Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP), feita em 2023, revelou que 8 em cada 10 trabalhadores da categoria já foram alvos de algum tipo de violência durante o expediente.
Fonte: G1