Em meio à escalada da violência que já dura quatro dias, Israel intensificou nesta segunda-feira (16) sua ofensiva contra o Irã, atingindo diretamente a sede da emissora estatal iraniana IRIB, localizada na região de Teerã. O bombardeio, que interrompeu a transmissão de um telejornal ao vivo, ocorreu enquanto a âncora Sahar Emami fazia críticas contundentes ao governo israelense. Durante a transmissão, explosões foram ouvidas e, antes de sair do ar, Emami afirmou: “O barulho que vocês escutam agora é do agressor tentando silenciar a verdade”.
Pouco tempo depois, a jornalista reapareceu, desta vez acompanhada de outro apresentador e em um estúdio diferente. Imagens exibidas pela própria emissora mostraram o prédio parcialmente destruído, tomado por incêndios.
Antes do ataque, o governo israelense havia emitido um aviso de evacuação na área da capital iraniana onde fica a emissora. O ministro da Defesa de Israel, Benny Gantz, chegou a declarar que “o porta-voz da incitação e propaganda iraniana está com os dias contados”.
Paralelamente, a tensão em Teerã aumentou com mais um ataque israelense, desta vez a uma base militar, conforme divulgou a agência Fars. Embora ainda não haja detalhes sobre a extensão dos danos, o clima de medo domina a população.
A violência dos últimos dias tem deixado um número crescente de vítimas. No Irã, o Ministério da Saúde já contabiliza pelo menos 224 mortos e mais de 1.200 feridos, a maioria civis. Apenas no sábado (14), um ataque a um edifício residencial em Teerã causou a morte de 60 pessoas, incluindo 30 crianças.
Do lado israelense, os números também são preocupantes. Até o momento, 22 mortes foram confirmadas, entre elas algumas crianças, além de 390 feridos, resultado principalmente dos mísseis lançados pelo Irã.
Em pronunciamento, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu informou que Israel emitiu novos alertas para retirada de civis em Teerã, destacando que o distrito 3 – onde se concentram prédios governamentais e embaixadas – estaria sob risco iminente. Não está claro, no entanto, se o alerta estava relacionado ao bombardeio da base militar ou a outra ofensiva planejada.
Além de atingir alvos militares, Israel também ampliou suas operações estratégicas. No domingo (15), as forças israelenses atacaram a instalação de enriquecimento de urânio em Natanz, peça-chave no programa nuclear iraniano. Segundo autoridades de Tel Aviv, o ataque pode ter comprometido seriamente as operações subterrâneas da usina.
Com o aumento das hostilidades, a meta declarada por Israel segue a mesma: enfraquecer e, se possível, desmantelar o programa nuclear do Irã, considerado uma ameaça direta à segurança nacional israelense.
Fonte: Jornal Correio