O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), faleceu nesta quarta-feira (26), aos 77 anos. Ele estava hospitalizado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Mater Dei desde 3 de janeiro, após ser internado com insuficiência respiratória aguda grave. Durante a internação, apresentou sinais de recuperação, chegou a deixar a UTI em 29 de janeiro e iniciou o processo de reabilitação motora e respiratória, além da retirada gradual da ventilação mecânica.
Nascido em Belo Horizonte, em 30 de junho de 1947, Fuad Jorge Noman Filho formou-se em Ciências Econômicas pelo Centro de Ensino Unificado de Brasília (Ceub) e fez pós-graduação em Programação Econômica e Execução Orçamentária. Sua trajetória no setor público começou como funcionário do Banco Central e, posteriormente, atuou no Tesouro Nacional.
Durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), entre 1996 e 1997, foi secretário executivo da Casa Civil. Também ocupou a presidência da Brasilprev Seguros, do Banco do Brasil, entre 1996 e 2002. A partir de 2003, integrou a equipe do governo de Minas Gerais, assumindo a Secretaria da Fazenda na gestão de Aécio Neves (PSDB). Depois, entre 2007 e 2010, comandou a Secretaria de Transportes e Obras do estado. Já no governo de Antônio Anastasia (PSDB), liderou a Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig) entre 2011 e 2012, além de atuar nas secretarias extraordinárias da Copa do Mundo e Coordenação de Investimentos.
Em Belo Horizonte, Noman foi secretário municipal da Fazenda na administração de Alexandre Kalil (Republicanos). Em 2020, concorreu como vice-prefeito na chapa de Kalil e foi eleito. Dois anos depois, com a renúncia de Kalil para disputar o governo de Minas Gerais, assumiu o comando da prefeitura. Em 2023, disputou a reeleição e venceu no segundo turno, com 670.574 votos (53,73% dos votos válidos), derrotando Bruno Engler (PL).
Fuad também se destacou na literatura. Autor de três livros – “O amargo e o doce” (2017), “Cobiça” (2020) e “Marcas do passado” (2022) –, ele descrevia sua incursão na escrita como uma forma de equilibrar sua trajetória na área financeira com sua paixão pelas histórias do cotidiano.
Em julho de 2024, anunciou que estava em tratamento contra um câncer linfático, diagnosticado durante exames de rotina. Após passar por uma cirurgia bem-sucedida, iniciou o tratamento. Em novembro, foi hospitalizado por cerca de 15 dias devido a dores nas pernas, atribuídas a efeitos colaterais do tratamento oncológico. Em 18 de dezembro, não pôde comparecer à cerimônia de diplomação da reeleição devido a problemas de saúde. No dia seguinte, foi internado novamente, com um quadro de desidratação e diarreia, recebendo alta em 23 de dezembro.
Já em 1º de janeiro, não conseguiu participar presencialmente da cerimônia de posse, sendo representado pelo vice-prefeito Álvaro Damião (União), que leu seu discurso. Três dias depois, precisou ser internado mais uma vez, desta vez com insuficiência respiratória aguda, permanecendo no hospital até seu falecimento.
Fonte: CNN Brasil
