Renato Yuri Silva Barbosa, um mototaxista e barbeiro de 29 anos, foi encontrado morto em Cajazeiras VI, nu e com as mãos amarradas, tornando-se mais uma vítima do chamado tribunal do crime em Salvador. Ele não tinha qualquer ligação com atividades criminosas, mas teria sido escolhido como alvo por uma facção após a prisão de um traficante e a apreensão significativa de entorpecentes na mesma região.
Segundo uma fonte policial que preferiu não se identificar, os criminosos suspeitaram que Renato poderia ser um “informante” da polícia, o que motivou sua execução brutal. “Ele estava amarrado, foi torturado e morto de forma violenta, típica dos crimes cometidos por facções. Ele foi detido desde sexta-feira, e a moto dele desapareceu. No final do mês passado, um traficante conhecido como Beethoven foi preso em Cajazeiras VI com drogas, e, por algum motivo, acreditaram que Renato teria delatado, então o mandaram matar”, relatou a fonte.
Não há nenhuma prova que ligue Renato ao tráfico ou à prisão do traficante mencionado. A Polícia Militar da Bahia (PM-BA), quando consultada, informou que na noite de 30 de junho, cinco dias antes do desaparecimento do mototaxista, um homem foi preso na Rua Encontro da Natureza por tráfico de drogas. Com ele foram encontrados 74 pinos de cocaína, 258 porções de maconha e R$ 4.447,00.
Ainda segundo a fonte, esse tipo de “caça às bruxas” é frequente dentro de grupos criminosos. “Quando alguém é preso, eles sempre procuram culpar alguém. Pode ser um ‘olheiro’ que não avisou, ou até moradores são vistos como suspeitos mesmo sem motivos reais. Muitas pessoas falavam bem do Renato, ninguém tinha do que reclamar, mas mesmo assim ele foi assassinado”, explicou.
Além da investigação referente ao tribunal do crime, as autoridades também vão apurar informações de que Renato poderia ter sido alvo de um devedor, pois ele emprestava dinheiro com juros. A Delegacia de Proteção à Pessoa (DPP) está à frente das investigações, mas até o momento não há suspeitos ou detalhes sobre a motivação exata do homicídio.
fonte: Jornal Correio