Desde segunda-feira (13), uma operação de resgate na África do Sul conseguiu salvar 118 pessoas que estavam presas em uma mina ilegal em Stilfontein, incluindo 82 sobreviventes e 36 corpos, segundo a polícia local, que fez o anúncio nesta terça-feira (14). O resgate foi realizado por meio de uma grande gaiola, enquanto as autoridades continuam a tentativa de retirar os outros trabalhadores ainda presos no local.
A operação ocorre após a divulgação de um vídeo perturbador feito por um dos mineiros, mostrando que os trabalhadores estavam convivendo com cadáveres em decomposição nas profundezas da mina de ouro, que chega a quase dois quilômetros de profundidade. Embora não se saiba quantos mineiros permanecem na mina, a polícia acredita que o número de sobreviventes e vítimas pode ser muito maior e que todos os envolvidos enfrentarão acusações de mineração ilegal e imigração.
As imagens, publicadas por organizações que defendem os direitos dos mineiros, revelam a condição dramática dos trabalhadores, que já relatam mais de 100 mortos no local. Em um testemunho angustiante, os mineiros revelaram que as condições de saúde deterioraram-se rapidamente, com relatos de alimentos escassos e insatisfatórios, conforme revelado em cartas enviadas à superfície na semana passada.
O cerco à mina começou em agosto, com a polícia cortando o fornecimento de alimentos e água para tentar forçar os mineiros a deixarem o local e se entregarem, como parte de uma repressão mais ampla à mineração ilegal na região. O governo sul-africano justifica o cerco como uma ação necessária para combater esse tipo de atividade, que o Ministro da Mineração, Gwede Mantashe, classificou como “uma guerra contra a economia”. Em 2023, a mineração ilegal de metais preciosos gerou um comércio ilícito estimado em 60 bilhões de rands (aproximadamente US$ 3,17 bilhões).
Fonte: G1