Na manhã desta quinta-feira (26), uma operação conjunta foi deflagrada por forças de segurança e órgãos públicos na Rocinha, Zona Sul do Rio de Janeiro, com o objetivo de demolir três edifícios construídos ilegalmente por facções criminosas. As construções, erguidas na região conhecida como Dionéia, ocupavam cerca de 2 mil metros quadrados e foram erguidas após o desmatamento de uma encosta, o que gerou alto risco de desabamento.
Com estrutura variando entre dois e sete pavimentos, os imóveis apresentavam acabamento luxuoso. Um dos prédios abrigava uma cobertura sofisticada com vista para o mar de São Conrado, piscina, cozinha gourmet e geladeira abastecida com bebidas. Em uma das paredes, foi descoberta uma passagem oculta que conduzia a uma escada com saída para a mata.
As demolições tiveram início de forma manual, com operários usando marretas, já que não há acesso para máquinas no local. Segundo engenheiros da prefeitura, as construções clandestinas, que não possuíam qualquer tipo de autorização oficial, demandaram investimentos próximos a R$ 6 milhões.
Esses prédios também vinham sendo utilizados como esconderijo por membros do Comando Vermelho oriundos do Ceará. E 31 de maio, uma operação anterior cumpriu mandados contra líderes do tráfico cearense refugiados na capital fluminense, ocasião em que diversos suspeitos foram vistos escapando pela mata da mesma região.
A ação é resultado de um esforço conjunto entre o Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente do Ministério Público do Rio (Gaema/MPRJ), a Secretaria de Ordem Pública (Seop), a Polícia Militar, além de contar com apoio da Polícia Civil do Ceará e do Ministério Público cearense.
Como consequência da operação, oito escolas foram afetadas, segundo informou a Secretaria Municipal de Educação. Além disso, duas unidades de saúde na Rocinha também sofreram impactos: uma teve a abertura suspensa, enquanto a outra chegou a iniciar as atividades, mas interrompeu os atendimentos externos.
Paralelamente, em Niterói, no bairro de Charitas, outra operação liderada pelo Gaema — com apoio da Prefeitura e da PM — também resultou na derrubada de edificações irregulares construídas dentro da área de proteção do Parque Natural Municipal. Drones estão sendo empregados para mapear e identificar novas ocupações clandestinas no local.
Fonte: G1
