Na quinta-feira (16), o presidente colombiano Gustavo Petro usou suas redes sociais para comentar a libertação de Carlos Correa, diretor da ONG Espacio Público, que havia sido preso anteriormente. Petro celebrou a liberdade de Correa e aproveitou para fazer um apelo em favor da liberação de outros detidos na Venezuela, mencionando particularmente 12 colombianos que estariam no país sob custódia. Em sua publicação, o presidente colombiano afirmou que seria importante para a paz nas Américas que a Venezuela libertasse todos os presos políticos relacionados às eleições e aos protestos pós-eleitorais. Contudo, ele não especificou as acusações contra essas pessoas.
A resposta de Tarek William Saab, promotor-geral da Venezuela, não demorou a chegar. Em um comunicado de duas páginas, Saab expressou surpresa pela declaração de Petro e criticou a intervenção do presidente colombiano nos assuntos internos da Venezuela. Ele defendeu que o país está lidando com ameaças externas, algumas supostamente originadas pela Colômbia, e pediu que Petro se concentrasse nos problemas da Colômbia em vez de opinar sobre a Venezuela. “Com todo o respeito, Senhor Presidente, você deve cuidar da Colômbia, que enfrenta inúmeros e sérios problemas. Aqui, temos que cuidar de nossos próprios”, afirmou Saab.
O promotor venezuelano também declarou que o país está se defendendo de uma “agressão transnacional e multifatorial”, mas sempre respeitando as garantias constitucionais e os direitos humanos. A CNN tentou obter uma posição oficial da presidência colombiana sobre as declarações de Saab, mas ainda aguarda uma resposta.
Em seu discurso de 15 de julho, o presidente Nicolás Maduro anunciou que mais de 150 pessoas haviam sido presas pela Venezuela, acusadas de serem “mercenários” de 25 nacionalidades diferentes, incluindo colombianos e americanos. No entanto, detalhes sobre as acusações contra esses indivíduos ainda não foram fornecidos, e não está claro se os 12 colombianos mencionados por Petro fazem parte desse grupo. Além disso, Maduro informou que, após os protestos pós-eleitorais de julho, mais de 2 mil pessoas foram detidas por supostos atos de violência, entre elas mais de 100 menores de idade. No final de 2023, o presidente pediu que os casos fossem revisados para verificar possíveis erros processuais. Até o dia 6 de janeiro, 1.515 pessoas haviam sido libertadas como resultado dessa revisão.
Fonte: CNN Brasil